sexta-feira, 2 de novembro de 2012


Atividade de História Econômica Geral I:

'Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo' ; 'O Prometeu Desacorrentado'

Este texto tem como intuito, fazer uma breve análise a respeito de Eric Hobsbawn, David Landes e suas obras, dois renomados escritores que contribuíram de forma significativa no estudo e na pesquisa de fatores que foram essenciais para o desenvolvimento econômico, político e social, ocorrido na Inglaterra em meados do século XVIII e que se espalhou pelo mundo nos anos que se seguiram, tal fato se deve à Revolução Industrial.

Já não era sem tempo, as mudanças que vinham ocorrendo na Europa, e principalmente na Inglaterra, os modos de produção, a demanda crescente, o comércio em larga escala, a sede por uma economia liberal e que trouxesse altos lucros, traziam uma grande necessidade de se adaptar, aderir a novos processos e tomar a frente de um mercado cada vez mais competitivo.

Eric Hobsbawn, um historiador marxista e reconhecido internacionalmente, em sua obra 'Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo', revela de forma definitiva como a transição do modo de produção feudal para o capitalismo moderno se deu, abordando a história econômica e social ao longo de 200 anos, da revolução industrial até a década de 1960.

David Landes, um dos historiadores econômicos mais credenciados da atualidade, destacou em sua obra 'O Prometeu Desacorrentado' (fazendo apologia a um mito grego com essência revolucionista), os motivos que fizeram com que ela se realizasse na Inglaterra e não em outros países, até mais desenvolvidos, buscando respostas para as transformações que marcaram aquela época e até hoje estão presentes em todo o mundo.

Ambos os autores buscam a fundo analisar e compreender os antecedentes, causas e consequências que levaram esse processo a se concretizar de forma tão abrangente na Inglaterra e se espalhar pelo restante da Europa e do mundo. A forma como apresentam aos leitores seus conhecimentos e estudos são satisfatórios, esclarecendo os fatos com base em dados, documentos e relatos tornando esses textos interessantes e reveladores.


Alunos: Paulo Alves, Ramsés Nascimento, Daniel Bezerra, Thais Brito, Aristide Mananga, Rafael Albuquerque.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Atividade de Leitura e Produção de textos em Economia:

A greve nas universidades federais

Os professores das universidades federais, na tentativa de reivindicar seus direitos na melhoria de seus salários, iniciaram no dia 17 de maio uma paralisação geral das aulas, causando assim um transtorno enorme a todos os estudantes. Tendo fim apenas no dia 17 de setembro a greve dos professores federais do ano de 2012, foi considerada a maior já existente.
A luta é por uma causa muito importante, proposta pelos professores a fim de melhorar sua gratificação como educador, uma profissão que pode ser considerada a que mais é empenhada esforços, tanto para qualificação, como também na sala de aula, pensando sempre em um ensino de ótima qualidade para os alunos e reconhecimento à altura. O professor hoje infelizmente não exerce uma profissão tão bem remunerada, o que ocorre ao contrário, deveria ser o Máximo possível, devido seus esforços na Carreira, para poder exercer qualificadamente sua profissão.
Nesse ano de 2012 tivemos a oportunidade de ver o quanto a falta de tal profissão, causa um colapso para todos os estudantes. Para uns a greve pode até ser considerada injusta para quem batalhou muito pra entrar em uma faculdade federal.
No entanto essa ideia deve ser refeita, pois todos têm o direito de reivindicar o que merecemos e o professor, na área profissional é sim uma a que se tem menos atenção pelos governantes, até hoje foram tantas propostas, tantas nem cumpridas que inevitável uma atitude séria, resultando assim no inicio das greves.
A paralisação dessa última greve se teve sem nenhum acordo realmente satisfatório , houve apenas uma suspensão da mesma, devido ao enorme transtorno que já estava se causando a todos envolvidos.
Porém vamos olhar os dois lados da moeda, porque se foi ruim aos professores foi equivalentemente ruim aos alunos, pois com as paralisações das aulas os mesmos tiveram de enfrentar o atraso com relação ao termino do curso, e o que acontece agora é uma aceleração nos planos de estudos, nas provas parciais e finais. Os professores procuram se empenhar ao máximo para que os alunos não se prejudiquem tanto, porém de fato a culpa não pertence a nenhum dos afetados.
E a quem de fato pertence à culpa? Bom a resposta é simples, o governo, pois este atuam de  tal forma, que para os professores federais conquistem melhores salários,  precisam pontuar em atividades extras acadêmicas e isso causa sem querer uma queda de rendimento tanto do docente como do discente, se dedicando em certas ocasiões até vezes mais aos projetos do que em sala de aula, afinal os professores ficam mais preocupados em pontuar para melhor serem gratificados. 
Porem não é algo tão fácil de resolver, pois os salários públicos vêm de governos anteriores e torna-se mais difícil agradar a todos, mesmo assim o governo deixa na espera as exigências dos professores e com isso só vai acumulando dificuldade, não toma uma decisão fixa e fica de certa forma "empurrando com a barriga", fazendo promessas e afirmando que tudo está indo bem, que as coisas vão melhorar.
Por fim a de se acabar pensando que para o governo a educação não é tão importante, afinal de contas mal sabem que o futuro do país depende dela, e quem podem proporcioná-la de forma adequada são os professores. É necessário que se invista com seriedade no que diz respeito a base de uma sociedade, e que traz como resultados o desenvolvimento e a garantia de uma vida sustentável, que é a educação de qualidade.



Alunos:Ramsés Nascimento, Paulo Alves, Daniel Bezerra, Thais Brito, Aristide Mananga, Rafael Albuquerque.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012



Atividade prática sobre a curva de demanda– 03/04/2012

Produto: Ovo de páscoa
                
            I - Ovos de chocolate: contexto histórico e econômico
A história do ovo de páscoa, da maneira que conhecemos hoje nos remete há muitos anos atrás. Foi no final do século XIV nos Estados Unidos que surgiram os primeiros modelos de ovos de chocolate. A multiplicidade de cores e embalagens são resquícios ainda mais antigos e originários de antigas civilizações como: Persas e Gauleses, estes, costumavam pintar ovos de animais no intuito de simbolizar uma era de renovações e renascimento.
Hoje, independente de razões religiosas, a simbologia do ovo de páscoa se estende para muito além, tornando-se um grande ícone para o período e um produto indispensável nas confraternizações anuais da semana santa. Deste modo, o ovo de chocolate foi transformado em um produto muito lucrativo e de alta movimentação financeira, levando-se em conta a elevação na demanda pelo produto e a consequente alta dos preços.

II - Mercado
No Amazonas as vendas do ovo de páscoa geram todos os anos inúmeras oportunidades de empregos, estas não se limitam apenas a sua fabricação, mas sim a toda a cadeia produtiva levando renda ao produtor de cacau até o vendedor temporário nos grandes supermercados da cidade. 
Segundo Girlene Medeiros, jornalista e editora do G1 amazonas, em Manaus a previsão para o crescimento nos lucros das vendas de ovos de chocolate em 2012 estava em torno de 10%,no entanto esta marca foi ultrapassada chegando a 15% antes mesmo do termino para o período das festas.

            III - A dinâmica da curva da demanda na sala de aula
Durante a atividade realizada nas aulas de Introdução a Economia o grupo trabalhou em torno das tentativas de vender um ovo de chocolate e através disso obter êxito na realização do gráfico da demanda pelo produto. O resultado deste trabalho está ilustrado no gráfico 1 e na tabela 1, as quais traduzem as informações de quantidade demandada e peço do produto ofertado.   


Ovos de Chocolate.
Tentativas
Preço
Quantidade
        A
10
31
        B
15
19
        C
20
19
        D
24
13
        E
30
6






Tabela 1 – Escala da demanda deovos de chocolate na sala de aula ( 03/04/2012)






Gráfico 1 – Curva da demanda de chocolate na sala de aula ( 03/04/2012)

Alunos: Daniel Bezerra, Paulo Alves, Thales filizola, Aristide Mananga, Ramses, Rafael Albuquerque, Thais Brito.

Referências bibliográficas:
Jornal impresso; Diário do Amazonas, Economia pg 13. Domingo oito de abril de 2012

domingo, 28 de outubro de 2012

Eric Hobsbawm - Biografia

Nascido no ano da Revolução Russa, 1917, em Alexandria, no Egito, ele se mudou na infância para Viena, terra natal materna, onde perdeu ainda adolescente tanto a mãe quanto o pai, um fracassado negociante inglês que permitiu a ele ter desde cedo o passaporte britânico. Criado por parentes em Berlim na época em que Hitler ascendia ao poder, ele viu no comunismo uma contrapartida ao nazismo.

Da Alemanha, Hobsbawn seguiu para a Inglaterra. Durante a guerra, serviu numa unidade de sapadores quase que inteiramente formada por soldados de origem operária - e daí viria, mais que a simpatia, uma espécie de identificação com aquela que, segundo Marx, era a classe revolucionária. Ele estudou em Cambridge, e se filiou ao Partido Comunista, ao qual se aferraria por anos. Nem mesmo após a denúncia das atrocidades stalinistas feita por Nikita Khrushchov em 1956, quando diversos intelectuais romperam com o comunismo, ele deixou o partido.

Hobsbawm só desistiu de defender com unhas e dentes o sistema após a queda do Muro de Berlim, em 1989. “Eu não queria romper com a tradição que era a minha vida e com o que eu pensava quando me envolvi com ela. Ainda acho que era uma grande causa, a causa da emancipação da humanidade. Talvez nós tenhamos ido pelo caminho errado, talvez tenhamos montado o cavalo errado, mas você tem de permanecer na corrida, caso contrário, a vida não vale a pena ser vivida”, disse ele ao The New York Times, em 2003, em uma das poucas declarações em que admitia as falhas do comunismo – porém, sem dar o braço verdadeiramente a torcer.





A imperdoável cegueira ideológica de Eric Hobsbawm

Maior historiador esquerdista de língua inglesa, Eric Hobsbawn, foi um idiota moral. Essa é a verdade incômoda que os necrológios, publicados em profusão, quase sempre fizeram questão de ignorar. Marxista irredutível, Hobsbawm chegou a defender o indefensável: numa entrevista que chocou leitores, críticos e colegas, alegou que o assassinato de milhões orquestrado por Stalin na União Soviética teria valido a pena se dele tivesse resultado uma "genuína sociedade comunista". Hobsbawn foi de fato um historiador talentoso. Nunca fez doutrinação rasteira em suas obras. Mas o talento de historiador, é forçoso dizer, ficará para sempre manchado pela cegueira com que ele se agarrou a uma posição ideológica insustentável.
Essa posição lança sombras sobre uma de suas obras mais famosas, A Era dos Extremos, livro de 1994 que, depois da trilogia sobre o século XIX composta pelos livros A Era das Revoluções,A Era do Capital e A Era dos Impérios, lançados entre 1962 e 1987, se dedica a investigar a história do século XX –  quando Hitler matou milhões em seus campos de concentração e os regimes comunistas empreenderam os seus próprios extermínios. Hobsbawm se abstém de condenar os crimes soviéticos, embora o faça, com toda a ênfase, com relação aos nazistas.

Outro eminente historiador de origem britânica, Tony Judt (1948-2010), professor de história da New York University que fez uma longa resenha do livro de memórias de Hobsbawm, Tempos Interessantes, advertia já em 2008 que o colega ficaria marcado por sua posição política. “Ele pagará um preço: ser lembrado não como ‘o’ historiador, mas como o historiador comunista”, disse em entrevista ao jornal The New York Times. Em texto publicado pela revista The New Criterion, o escritor David Pryce-Jones também apontou o prejuízo da ligação de Hobsbawm com o pensamento marxista. “A devoção ao comunismo destruiu o historiador como um pensador ou um intérprete de fatos.”

O entusiasmo com a revolução bolchevique, aliás, não foi a única fonte de tropeços morais para Hobsbawm. A conflituosa relação com as raízes judaicas – seu sobrenome deriva de Hobsbaum, modificado por um erro de grafia – o levou a apoiar o nacionalismo palestino e, ao mesmo tempo, a negar igual tratamento a Israel.

sábado, 27 de outubro de 2012


David Landes - Em entrevista à Revista Veja

Para o historiador americano David Landes, a humanidade se divide em duas classes: a dos que vivem para trabalhar e a dos que apenas trabalham para sobreviver. "Quanto mais pessoas do primeiro tipo houver, mais chances uma nação terá de sair ganhando no jogo da globalização", diz ele. Landes tem 75 anos. Em décadas de trabalho como professor da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, ele se dedicou a desenvolver a idéia lançada pelo pensador alemão Max Weber de que a cultura e os valores de um povo são tão ou mais importantes para o seu crescimento econômico do que os fatores materiais. Suas teses ganharam forma de livro em 1998 e deram notoriedade ao autor. Escrito com verve e lidando com uma vasta quantidade de informações, A Riqueza e a Pobreza das Naçõesalcançou a lista de mais vendidos em diversos países, inclusive o Brasil, onde foi lançado pela Editora Campus. Na semana passada Landes visitou São Paulo para uma série de palestras, a convite da Fundação Armando Álvares Penteado e do Instituto Fernand Braudel, e deu a seguinte entrevista a VEJA.




"Se o Brasil se dividisse em dois, o Sul teria chances de ser desenvolvido"
"
Veja – Quais são as causas da riqueza e da pobreza das nações?
Landes – Não há dúvida de que fatores "clássicos", como o acesso a recursos naturais ou mão-de-obra, são importantes. Também estou certo de que a geografia e o clima podem ser determinantes, embora muita gente não concorde com isso. Mas eu gostaria de insistir em uma variável pouco lembrada: a cultura. Ela é preponderante no sucesso material de algumas nações e no insucesso de outras. Falo de cultura em sentido amplo. Não me refiro a obras de arte, mas aos valores e atitudes vigentes numa sociedade. Foi por prezar a liberdade individual, a curiosidade e a criatividade, e por assumir uma atitude positiva com relação ao trabalho, que a Europa Ocidental tomou a dianteira na corrida pelo desenvolvimento, 500 anos atrás. Fora da Europa, os países que assimilaram esses valores, como os da América anglo-saxônica, ou dispunham de tradições semelhantes em sua própria cultura, caso dos asiáticos, entraram para o clube dos vitoriosos.

Veja – Assim como o pensador alemão Max Weber, o senhor diria que o espírito protestante está diretamente ligado à ascensão do capitalismo? 
Landes – Certamente. As outras religiões monoteístas, incluindo o judaísmo, ao qual pertenço, fazem da pobreza uma virtude. Quase toda a história da cristandade inclui uma louvação da pobreza: os pobres vão para o céu, enquanto a riqueza é uma forma de corrupção. Nos países islâmicos, a pobreza é considerada um antídoto para os modos, o luxo, a auto-indulgência do Ocidente. O protestantismo foi importante por causa de sua atitude positiva com relação ao trabalho e ao enriquecimento. Também foi importante porque desde o começo os protestantes discordaram e discutiram entre si. O protestantismo era na origem pluralista, enquanto o catolicismo sempre foi centralizador.


Veja – E no que esse aspecto centralizador atrapalhou o desenvolvimento? 

Landes – O catolicismo não apenas tinha uma atitude ambivalente com relação aos empreendedores como também segregava os que pensavam diferente. Na sociedade colonial, comandada por espanhóis e portugueses, a imigração de europeus do norte era evitada a todo o custo. Imperava o fechamento. Além disso, o homem que vencia nos negócios era incentivado a retirar-se para uma vida aristocrática e não esperava que seus filhos repetissem seu itinerário de trabalho. Empreendimentos são realizados por pessoas que vivem para trabalhar, e não por aquelas que trabalham para viver. É preciso ter prazer no trabalho para tornar-se um empresário bem-sucedido.


Veja – O Brasil é mesmo "o país do futuro"? 

Landes – Acho que o Brasil vai conseguir diminuir suas taxas de pobreza. Quanto a tornar-se um dos países mais desenvolvidos, isso é outra história. Isoladamente, a Região Sul do país teria boas chances.  


Veja – O senhor está sugerindo que o país se divida em dois?

Landes – Estou dizendo que se o Sul se separasse do Norte teria boas chances de alcançar os países mais avançados. Sei que as pessoas logo vão pensar em coisas do tipo: mas como assim, abrir mão dos infindáveis recursos da Amazônia? Pois eu lhe digo que, se vivesse em São Paulo, não me preocuparia muito com o destino do Amazonas. Minerais? Madeira? Tudo isso pode ser comprado. Não é preciso ser dono desses recursos. É mais fácil comprar e vender do que ser proprietário. Em nossa época, não existe nenhuma virtude intrínseca, política ou econômica, em manter um grande território e ser uma grande unidade.  


Veja – Os Estados Unidos deveriam, então, abrir mão do Estado associado de Porto Rico, por exemplo? 

Landes – Não tenho a menor dúvida que sim. Se a população de Porto Rico votasse pela independência com relação aos Estados Unidos, não haveria nenhum bom motivo para que nós, americanos, permanecêssemos no país. Acho também que os russos estão loucos em fazer o que fizeram na Chechênia. O imperialismo e o expansionismo foram constantes na história do século XIX. Mas, na passagem do século XX para o XXI, numa era de comércio global livre, não há nada que nos obrigue a pensar que maior é melhor. Europeus e japoneses aprenderam essa lição e se deram muito bem.


Veja – Ao longo da década de 90, falou-se muito em "consenso de Washington" ou "consenso neoliberal". O senhor acha que existe realmente consenso no campo da economia? 

Landes – Creio que o único consenso existente é no que diz respeito à utilidade do livre comércio. É notável observar nos Estados Unidos, por exemplo, a concordância cada vez maior em torno da idéia de que o comércio com a China é desejável. Mesmo os republicanos, mesmo os visceralmente anticomunistas, têm defendido essa idéia. O que mostra que empreendimentos econômicos não são uma questão de ideologia. Tudo que os empreendedores querem é fazer dinheiro. Quando vêem um país onde é lucrativo investir, eles investirão, não importa quem esteja comandando o show.


Veja – Os Estados Unidos, no entanto, mantêm barreiras tarifárias contra vários produtos brasileiros. 
Landes – Pois deveriam derrubá-las. O único argumento protecionista que faz algum sentido é o da indústria incipiente. Para desenvolver internamente uma indústria nova, você precisa protegê-la de alguma forma, para que não seja esmagada pela concorrência. Foi o que os brasileiros fizeram nos anos 80 com relação à informática. Mesmo assim o argumento é perigoso, porque o protecionismo é um péssimo hábito, que tende a criar raízes. Muito tempo depois de uma indústria ter crescido, as pessoas querem manter as tarifas de proteção.


Veja – Recentemente, o Fundo Monetário Internacional passou a mostrar preocupação com causas sociais. Qual será o impacto disso? 

Landes – Talvez me chamem de cínico, mas creio que a razão por trás de muitas ações e palavras desses organismos internacionais é a simples gratificação de se sentir virtuosos doando fundos e recursos aos países pobres. Ações desse tipo podem aliviar a miséria e melhorar um pouco a expectativa de vida em alguns lugares. Mas existe uma diferença entre diminuição da miséria e desenvolvimento. A lacuna de desenvolvimento entre ricos e pobres continua a crescer. Não sei quantas gerações mais terão de passar sobre a Terra para que isso mude.


Veja – Em seu livro, o senhor fez altas apostas no Sudeste Asiático. Mas, nos últimos anos, essa região atravessou uma séria crise e os sinais de recuperação são incertos. O senhor mantém a sua aposta? 

Landes – Sim, mantenho. A Ásia vai continuar sendo um dos maiores centros de crescimento do mundo, pois as bases culturais do crescimento estão presentes lá. Os asiáticos têm um profundo senso de responsabilidade, são trabalhadores dedicados. Nesse período, foram vítimas da conjuntura global.


Veja – Fala-se muito que, com a globalização, os Estados nacionais perderam poder. Quando o senhor diz que países asiáticos foram vítimas da conjuntura global, está corroborando essa idéia? 

Landes – Não. Eu não acredito que os Estados nacionais perderam toda a importância com a globalização, nem que as comunidades locais estejam indefesas diante do que vem de fora. Veja o caso da Malásia. Eles adotaram uma atitude bastante inflexível diante de organismos internacionais como o FMI, recusando-se a adotar as regras dos gerentes do dinheiro internacional. Nem por isso afundaram. Hoje, há muitas pessoas prontas a emprestar novamente para a Malásia.  


Veja – E a China? 

Landes – A China é uma região de risco. Se você quer investir seu dinheiro com segurança, deve fazê-lo em um país governado por leis, não por homens. A China é governada por homens, que ficam muito nervosos vendo toda a movimentação ocasionada pelo crescimento do comércio livre em algumas regiões do país.  


Veja – Em muitos países da Ásia, o desenvolvimento econômico se deu graças à utilização de métodos autoritários pelos governantes. O que acha disso? 

Landes – Podemos voltar ao caso da Malásia. Lá, boa parte da economia é operada por uma classe empreendedora formada sobretudo por expatriados chineses, enquanto o governo, de fato autoritário, é comandado por uma elite local. Há precedentes históricos consideráveis para esse tipo de arranjo. Pense, por exemplo, na Alemanha do II Reich. Naquele tempo, a burguesia deixou de lado qualquer ambição de influir no governo ou de usufruir de um comando mais democrático, em troca da liberdade na condução da economia e oportunidade de criar cartéis, impor barreiras protecionistas e outras medidas desse tipo. Eu creio que esse tipo de arranjo só é sustentável durante algum tempo. Não pode haver capitalismo verdadeiro sem democracia real. E creio que, felizmente, o capitalismo tende a promover as liberdades individuais e instituições democráticas.  


Veja – A esquerda diria o contrário. 

Landes – O capitalismo supõe desigualdades de riqueza e estas, por sua vez, podem se traduzir em desigualdades de poder. Até aí, concordamos. Mas, no que diz respeito à promoção de liberdades e oportunidades para todos, acredito firmemente que o capitalismo está muito à frente de todas as outras formas de organização já experimentadas.  


Veja – A corrupção governamental sempre foi mencionada como uma das causas da pobreza em países como o Brasil. O que dizer então do escândalo que acaba de estourar na Alemanha envolvendo uma das figuras mais proeminentes da política européia, o ex-chanceler Helmut Kohl? 

Landes – Confesso que o caso de Kohl me surpreendeu. Mas a moral é simples: em todos os lugares e em todas as épocas, sempre houve quem achasse mais fácil tomar dinheiro do que fazer dinheiro. A política favorece aqueles que conseguem parecer bons, mesmo que não sejam. Às vezes, a falta de moral aparece em questões de dinheiro. Noutras vezes, em questões de sexo. Definitivamente, a política não é uma esfera da vida onde deveríamos procurar pela virtude.  


Veja – Fala-se muito em liberdade de comércio, mas quando o assunto é liberdade na circulação de pessoas o discurso é outro. Basta ver os movimentos de direita na Europa contra os imigrantes. Qual é sua opinião? 

Landes – Meus avós chegaram aos Estados Unidos como imigrantes. Eu creio que as portas nunca deveriam ser fechadas. É claro que algum controle é necessário. Mas não fechamento. Os imigrantes são uma fonte potencial de energia. Nos Estados Unidos, um dos grupos mais efetivos em assimilar as técnicas e o conhecimento necessários para ter sucesso na nova economia é o dos imigrantes asiáticos. Na América Latina, os imigrantes protestantes teriam feito toda a diferença. Dito isso, gostaria de ressaltar que a atitude de desconfiança com relação aos estrangeiros não se limita aos países ricos. Veja a África Ocidental: há casos de expulsão maciça na região. É um problema da natureza humana. Isso é algo que aprendi em minha profissão: coisas ruins estão espalhadas por todas as épocas e lugares.  

Veja – Como especialista na história da Revolução Industrial, o senhor acha que hoje estamos mesmo diante de uma nova revolução, baseada na informática e nas tecnologias de ponta?
Landes – Sim, acho que podemos utilizar essa palavra. Estamos assistindo a uma mudança profunda. Os países que tiverem a oportunidade de não apenas utilizar mas também de melhorar as novas tecnologias estarão em posição de vantagem na nova economia. Foi essa capacidade que salvou os Estados Unidos depois de anos de estagnação. Os Estados Unidos apostaram na importância do que chamamos de software. O hardware é muito importante. Mas eu creio que a longo prazo é o software que vai dominar. Qualquer um pode aprender como fazer um computador. Ou você pode importar uma fábrica de hardware – correndo o risco de que ela se mude para o vizinho se ele oferecer trabalho mais barato. Mas hoje já temos hardware melhor do que precisamos para muitas tarefas. Por isso, é na área do software que os novos países devem fazer suas apostas atualmente. E isso significa que precisam ter um sistema educacional eficiente e universal. Cingapura conta com uma estrutura universitária muito forte. Talvez a China também possa ser citada como exemplo. A América Latina é uma interrogação – mas, se o continente tem de apostar em algo, é nos investimentos culturais e sociais capazes de criar pessoas aptas a ser inventivas na nova economia. Infelizmente, é o contrário do que países como o México, por exemplo, têm feito. Lá as universidades se encontram em péssimas condições. Se você não tiver cérebros, está acabado.


Fonte: http://veja.abril.com.br/220300/entrevista.html

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Economia na Espanha se deteriora e bolsas na Europa caem

Londres - A bolsa de Lisboa fechou em alta nesta segunda-feira, diferentemente de suas parceiras europeias, que encerram o dia em queda, puxada por notícias de deterioração na economia da Espanha e pelas pressões provocadas pelos indicadores dos Estados Unidos. Os negócios foram afetados pela fato de o Produto Interno Bruto (PIB) da Espanha no primeiro trimestre ter confirmado que o país está em recessão, enquanto o rebaixamento de vários bancos espanhóis pela S&P alimentou o tom negativo.

Além disso, os dados sobre a renda e os gastos pessoais nos EUA vieram em linha com as expectativas, reforçando o ligeiro tom enfraquecido dos números do PIB divulgados na sexta-feira, ao mesmo tempo que o índice dos gerentes de compra do setor de manufatura do Instituto para Gestão de Oferta (ISM) de Chicago para abril não aliviou a preocupação com o enfraquecimento da economia dos EUA. O índice Stoxx Europe 600 terminou a sessão com queda de 0,7%, aos 257,28 pontos, interrompendo quatro dias de ganhos. O índice caiu 2,3% desde o final de maio.

Em Portugal, o índice PSI subiu 1,24%, na contramão de suas parceiras na Europa. Nesta segunda-feira, o governo português aprovou um plano orçamentário estratégico para os próximos quatro anos que inclui limites aos gastos e, conforme esperado, compromete-se com metas de déficit orçamentário para o próximo ano. O índice PSI 20 fechou o mês em queda de 5,81%.

Em Madri, o índice IBEX-35 caiu 1,9%, a 7.011 pontos, após os dados terem mostrado que o país entrou em recessão técnica, salientando as persistentes preocupações com a crise de dívida da zona do euro. Os dados mostraram que o PIB da Espanha no primeiro trimestre de 2012 registrou contração de 0,3%, e embora tenha ficado acima da estimativa, de contração de 0,4%, do Banco Central, isso foi suficiente para espantar os investidores. As ações dos bancos caíram, após a S&P ter rebaixado vários deles, o que era amplamente esperado. As ações do Banco Santander recuaram 2,5%. O índice registrou queda brutal de 12,4% em abril e de mais de 18% desde o começo do ano.

Na Bolsa de Frankfurt, o índice DAX caiu 0,6%, fechando a 6.761,19 pontos, após os dados desapontadores do PMI de Chicago, disseram os traders. As ações da Adidas foram o ponto alto em Frankfurt, com ganhos de 5,3%, após a empresa ter registrados ganhos acima do esperado para o primeiro trimestre do ano e elevado sua projeção para o ano todo. Para o mês de abril, a queda do índice foi de 2,7%.

Em Londres, o índice FTSE caiu 0,7%, a 5.737,78 pontos, terminando o mês deprimida pelos baixos volumes e incertezas que rondam o rebaixamento pela S&P de vários bancos espanhóis e pelo fato de economia do país ter entrado em recessão no primeiro trimestre de 2012. Com esse cenário, crescem as preocupações de que a Espanha possa precisar pedir ajuda internacional para se manter solvente. Além disso, os dados dos EUA vieram mais fracos do que o esperado. A Aberdeen Asset Management teve alta de 3,5% após resultados acima do esperado, enquanto a Randgold Resources caiu 3,4%, após o Nomura ter reduzido sua recomendação às ações da empresa. O índice fechou o mês em queda de 0,5%.

Em Paris, a CAC-40 fechou em queda de 1,6%, a 3.212,80 pontos. O Société Générale registrou queda de 1,7%, as ações do Credit Agricole queda de 0,8% e o BNP Paribas queda de 2,2%. O índice encerrou o mês de abril em queda de 6,2%. As informações são da Dow Jones.


Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2012/04/30/economia-na-espanha-se-deteriora-e-bolsas-na-europa-caem.htm

domingo, 29 de abril de 2012

Quer um aumento de salário? Saiba como pedir ao seu chefe

Pedir aumento de salário é sempre uma questão delicada no mundo corporativo, pois não existe uma "fórmula mágica" e qualquer tropeço pode fazer com que o profissional se prejudique ou fique mal visto pelo superior. Para que esta negociação seja feita de maneira eficiente, existem algumas dicas que podem ser seguidas:

Como pedir um aumento de salário

Melhor Momento

Não fale sobre aumento quando você ou seu chefe estiverem ocupados ou preocupados com algum outro assunto do trabalho. Tente agendar um horário num dia mais tranquilo.

Nunca peça aumento quando o chefe te pedir um favor ou quando ele precisar de você para apagar um "incêndio" no escritório. Pode até funcionar, mas existem grandes chances do chefe achar que foi chantageado e tentar dar o troco quando não precisar tanto de você.

O que Dizer

Demonstre que seus resultados estão superando as expectativas. Mostre que vai ser mais vantajoso para a empresa investir em você dando exemplos de resultados que você trouxe e de situações onde o seu desempenho se destacou dos demais.

Levar para o lado pessoal e dizer que precisa de um aumento porque suas despesas aumentaram provavelmente não vai sensibilizar seu chefe.


Como Negociar

Na hora da negociação é bom você saber quanto outras empresas estão pagando para um cargo semelhante. Existem pesquisas salarias disponíveis em jornais e sites.

Mostre ao seu chefe que se ele tiver que contratar outra pessoa para a sua função, com as mesmas habilidades, ele vai acabar gastando mais do que te dando um aumento.

Tenha um numero em mente como objetivo, mas esteja preparado para receber menos ou ter seu aumento vinculado a algum desafio.

Necessidade de aumento
Para a psicóloga organizacional da Luandre, Darlene Souza, políticas de cargo e salários, quando adotadas nas companhias, devem ser transparentes e aplicadas mediante ao desenvolvimento, desempenho e resultados alcançados pelos colaboradores.

“Sendo assim, o pedido de aumento não deveria acontecer. Entretanto, na maioria das empresas, as políticas são meramente ilustrativas, não são praticadas ou não existem. Surge então a necessidade de negociar um aumento salarial com o chefe”, explica a psicóloga.

Luiz Pagnez, diretor do
Emprego Certo, afirma que muitas empresas concedem aumento para um funcionário somente quando ele tem uma proposta melhor de outra empresa fazendo com que muitos profissionais procurem outras vagas no mercado para aumentar sua remuneração. "O ideal é conversar com seu chefe e ter um feedback dele sobre o que você precisa fazer ou que resultados precisa alcançar para ter o aumento", afirma o executivo.

Reflexões

Antes de negociar um aumento com seu chefe, o profissional deve refletir sobre alguns pontos importantes:
  • Tenho correspondido à expectativa do meu líder e da empresa onde atuo?
  • A empresa passa por um momento sólido que permite aumentar meu salário?
  • A minha remuneração está compatível com o praticado pelo mercado?
  • Será que não estou transferindo compromissos financeiros de minha responsabilidade para a empresa, visto meu salário não estar compatível com as minhas despesas?
Se ao final dessas reflexões você tiver certeza que é a melhor hora para pedir um aumento, então solicite ao seu chefe um horário para conversar sobre o assunto. “É importante que você seja claro e objetivo na solicitação e justifique o motivo pelo qual acredita merecer um aumento de salário”, explica Darlene.

Caso a resposta do chefe seja negativa, seja construtivo e otimista, entenda o posicionamento dele e da empresa e não saia dessa conversa sem ter clareza do que precisa melhorar ou quanto tempo deve esperar para ter esse reconhecimento financeiro. "Independente das questões que o deixa insatisfeito profissionalmente, o melhor caminho para você é aquele que você constrói", diz a psicóloga.



Fonte: http://noticias.uol.com.br/empregos/ultimas-noticias/2011/08/29/quer-um-aumento-de-salario-saiba-como-pedir-ao-seu-chefe.jhtm